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INTERIOR

“Há um interior dentro de mim”. surgiu na fala de uma das artistas durante relato sobre suas pesquisas em artes visuais. Como deixar para trás o que nos constitui como pessoas? Como perceber comportamentos, tradições, elementos estéticos e educação quando estamos longe do lugar de origem? Como organizar isso dentro da cabeça e do peito? Nessa frase a palavra interior traduz parte do conceito da exposição, em pensar interior como aquela cidade distante ou o sentido de interior como situado dentro dos limites de algo interno.

Pensar o lugar pode ter duas expressões muito diferentes.  Para os que ficam em casa ele pode ser uma noção de pertencimento e existem os que viajam e exploram territórios estrangeiros onde o sentido de lugar é antes uma descoberta.

Em cidades grandes, no contexto cosmopolita sempre a procura de relações humanas se dá por algum tipo de identificação. Seja por gosto, opções ou escolhas por modos de vida. O sotaque, o gosto pela polenta, pelo strudel, pelo pinhão ou só o simples fato de saber o que significa chimia, já são motivos suficientes para um contato entre pessoas do interior catarina.A cultura do estado é bastante mista pelo fato de ser tomada de imigração. A própria palavra “chimia” é um neologismo de mistura entre alemães e italianos, por exemplo. Ao mesmo tempo em que essas misturas são ricas em termos gastronômicos, culturais, da terra e costumes, há uma educação rígida, cristã e por vezes repressora que faz ode ao trabalho, principalmente braçal e ao conservadorismo. 

Os sete artistas nasceram e/ou foram criados em cidades em que a criação é moldada por todas essas relações, são Concórdia, Chapecó, Joaçaba, Lages, Guabiruba, Jaraguá do Sul e Rio do Sul. Assim, o lugar, deslocamento, e fronteiras como formadores e modificadores de nossa identidade, que são, em seus duplos sentidos usados como objeto de pensamento e criação nos trabalhos aqui propostos.

Os trabalhos de Tina Merz, Diana Chiodelli e Marcos Walickosky tratam da casa, da visualidade que vem da infância e que são coordenadas de espaço, cor, ordem das coisas, transformam as relações estéticas e afetivas com esse lugar de origem.O trabalho de Mariana Berta e Sebastião G. Branco trazem a casa e esse cenário original, mas trazem o corpo, o morador e o lugar como transitório que se modifica com a ausência dos moradores, mas nunca desaparece totalmente. Como deslocamento e esse trânsito que se forma depois que saímos de casa, Gabi Bresola e Priscilla Latreille Kolling pensam a distância, quase como se tentasse ouvir “Lamento sertanejo” de Dominguinhos e Gilberto Gil ou “No dia em que eu vim-me embora” de Caetano Veloso ou se pensasse racionalmente nos dados e trajetos que nos aproximam e nos repelem da família e desta seara de ser do interior.

Não somos nós que formamos o nosso mundo e os nossos lugares, são eles que nos formam.Pensar nessa identidade de ser do interior, de ser artista no interior, é formado por limites, por limitações e escolhas, não por opções ilimitadas e aleatórias. A identidade é sempre o resultado da experiência que só é possível quando existe abertura, abertura ao outro, abertura às fronteiras.  Wim Wenders diz que “só as nossas próprias fronteiras irão nos manter sãos e irão preservar para nós um sentido de identidade” e isso, em um mundo cada vez mais globalizado, cada vez mais “sem fronteiras”, “sem limites”, do que nos forma, do que se deixa e do que se leva.

Assim como nos reconhecemos como pessoas, depois como artistas e por último através dos trabalhos, um dos objetivos é expor estes trabalhos que não só trazem o lugar como a poética sobre ele, mas que dispõe de materiais necessários como possibilidade de provocar o público no sentido não só artístico mas de identificação.

Usar o lugar exposição como espaço de fronteira, interior, e espaço metafórico para pensar tudo que envolve ser do interior, levar o interior consigo e pensar o espaço e o papel da arte em meio disso. Além de trazer uma curadoria de trabalhos inéditos com artistas contemporâneos jovens e a multiplicidade de poéticas para entrar em contato na exposição e com outros artistas do estado, principalmente, do interior.

texto do projeto "interior" escrito por Gabi Bresola e Marcos Walickosky

material(extra):

 

Poema Aldeia torta - Mariana Berta

https://soundcloud.com/ombu-arte/mariana-le-seu-poema

 

Publicações:

 

Publicação 1
https://issuu.com/ombuarte/docs/publicacao

 

Publicação 2

https://issuu.com/ombuarte/docs/interior_publicacao_2018_a5

Exposição coletiva:

​Diana Chiodelli

Gabi Bresola

Marcos Walickosky

Mariana Berta

Priscila L. Kolling

Sebastião G. Branco

Tina Merz.

curadoria:

Gabi Bresola e Marcos Walickosky

 

Circuito 2017

Em circulação pela Rede Sesc de galerias

 

Galeria Sesc Joaçaba

abertura: 25/05/2017

visitação: 25/05 - 29/06

Galeria Sesc São Bento do Sul

abertura: 06/07/2017

visitação: 06/07 - 25/08

Circuito 2018 Lages

abertura: 04/05 19h

visitação até 30/05

seg. -  sex. | 08h às 12h e 14h às 18h

Fundação Cultural de Lages

 

Concórdia

abertura: 08/06 19h

visitação: até 30/06

terça. -  sábado | 14h às 19h

Memorial Attilio Fontana

 

Chapecó

abertura: 12/07 19h

visitação até 31/07
com agendamento prévio

pelo email: ombuproducao@gmail.com
ou 49 98824-8877
Casa dos fundos

 

Criciúma

abertura: 09/08  19h

visitação até 31/08
horário: seg. - sex. |  14h às 18h
Galeria Edi Balod | Unesc


​Patrocínio do Circuito 2018: Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura 2017, categoria Artes visuais, Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Fundação Catarinense de Cultura e FUNCULTURAL.

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